quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Destino... Santiago de Compostela - Dia 4 (2-09-2008)

Acordámos por volta das 6.30hda manha, com o GPS totalmente irrequieto e extremamente nervoso, a tal ponto de estar sempre a fazer barulho para nos acordar. (mais tarde ou mais cedo hás-de pagar caro a hora que dormi a menos).
Até agora, uma das boas camas em que dormi. O resto da malta continuava a dizer mal da cama. (se calhar queriam uma suite presidencial…)
Seguiu-se a preparação das bikes, (manutenção mecânica e colocação dos alforges) de forma a iniciar a 4.ª etapa, esta previamente programada pelo GPS, com o auxílio do Road-Book, (sempre presente) e claro, com a nossa colaboração.
Começámos com pequenos problemas mecânicos. O GPS tinha dois raios partidos. Seguiu-se o desempeno da roda e logo, logo estávamos de partida. (os mecânicos servem para isso mesmo…)
Já me esquecia, era o dia do meu aniversário… colheita de 61.


Partimos por volta das 8 horas rumo a Villafranca del Bierzo, local onde pretendíamos pernoitar.
Itinerário – Murias de Rechivaldo, Sta. Catalina de Somoza, El Ganso, Rabanal del Camino, Foncebadón, Manjarin, El Acebo, Riego de Ambrós, Molinaseca, Campo, Ponferrada, Columbrianos, Fuentes Nuevas, Camponaraya, Cacauelos e Villafranca del Bierzo.
Sempre a subir… subir…desde os 868 metros até aos 1460 metros.
Em El Ganso, parámos num bar com o mesmo nome, para um reforço alimentar (café com leite e bolos secos)
Subir… subir… parecia que nunca mais tinha fim.
Passámos por Foncebadón, um pequeno pueblo quase no cimo do monte, que tinha uma característica curiosa. A maior parte dos telhados eram cobertos com retalhos velhos de chapas de zinco. Um dos locais em que tivemos de desmontar das bikes, e fazer a subida a pé pela dificuldade da subida. (não parece, mas era quase a pique)
Como no fim de uma subida há sempre uma descida, foi o que aconteceu. (afinal o provérbio estava certo).
Começámos a descer… descer… espectacular… (muita concentração e técnica eram as palavras de ordem, e eu ia dizendo elá, elá…quando os obstáculos eram muito perigosos…) As paisagens eram magníficas, mas o trilho muito traiçoeiro, pois tinha muitas pedras soltas.
Em El Acebo, o GPS foi à box, com problemas físicos. Ainda o joelho a atormentar (o médico deu-lhe uma pomada milagrosa, que nesse dia já não doeu mais…)
A partir daqui, foi uma descida alucinante, pelos trilhos recortados nas encostas dos montes. Descemos até aos 590 metros. A adrenalina subiu de tal forma que o ritmo cardíaco era mais elevado do que a subir. Os peregrinos chamavam-nos loucos pela descida que íamos a fazer (locos, locos, estes pellegrinos, diziam eles...)
Chegámos a Molinaseca e parámos para almoçar na casa Marcos. Almoço rápido.
O empregado do bar comentou connosco que já trabalhava no bar há sete anos, e nós éramos os quartos a descer aquele monte. (chamou-nos malucos).

Encontrámos o casal Italiano no restaurante, estivemos a conversar sobre o percurso e tirámos algumas fotos.


Repostas as forças e com os níveis de adrenalina nos valores normais, partimos para mais uma etapa de cerca de 31 Km, até ao local previamente programado, Villafranca del Bierzo

No percurso passámos por Ponferrada, e fomos visitar a entrada do castelo.
Chegados, fomos directos ao albergue, pois estávamos muito cansados do esforço deste dia penoso.
4.ª noite, albergue Municipal, mas com pouca qualidade. Muitos peregrinos a pernoitar, muita confusão…etc. etc…, mas enfim o que precisávamos era de um banho, e vinha mesmo na hora.
Banhinho, roupa lavada e posta a secar, e ala que se faz tarde para a esplanada na praça central, beber umas canhas como aperitivo. Mais uma vez a cerveja não era grande coisa, era espanhola… (só era fresca, mais nada)
Entretanto o GPS mandou reparar a roda numa oficina que encontrámos no Pueblo.
Encontrámo-nos novamente com o casal Italiano e estivemos a beber juntos. O Paulo, assim se chamava, já estava com uma pedalada, que nem conseguiu dizer-nos onde era o restaurante. (ainda dizem que as canhas não provocam turbilhão na mente… ai não que não provocam)

Hora de jantar....
Entradas – Espargos
Prato - Entrecot de ternera com flor de sal
Vino – Muito… e bom…(vinho Ventosa crianza)
Estava excelente. O restaurante era de qualidade. O nome era Porta del Perdon
Paguei o jantar à malta, pois era o dia do meu aniversário.
De seguida, e já com alguma pedalada a mais, (pelo menos eu) albergue para dormir.
Resumo - Total do percurso neste dia - 81 Km em 6.30 horas
Muito bom para quarto dia… (ainda estávamos cheios de força para continuar). O dia seguinte adivinhava-se muito duro

E mais um dia que passou, o 4.º dia .

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